
O Serviço Social da Indústria (SESI) está desenvolvendo inovações para aumentar a segurança no ambiente de trabalho e melhorar a saúde do trabalhador da indústria. Ao todo, há 19 projetos pilotos em andamento em 33 empresas. O investimento é de aproximadamente R$ 35 milhões. As tecnologias, desenvolvidas nos oito Centros de Inovação do SESI, que entraram em operação neste ano em oito estados, devem ser replicadas em escala nacional a partir do próximo ano por meio de uma plataforma a ser lançada no segundo semestre deste ano.
Cada Centro de Inovação do SESI trabalha com diferentes linhas de pesquisa em segurança e saúde no trabalho (SST). São elas: prevenção da incapacidade, na Bahia; economia para saúde e segurança, no Ceará; ergonomia, em Minas Gerais; sistemas de gestão de SST, em Mato Grosso do Sul; longevidade e produtividade, no Paraná; higiene ocupacional, no Rio de Janeiro; fatores psicossociais, no Rio Grande do Sul; e tecnologias para a saúde, em Santa Catarina.
De acordo com o diretor de operações do SESI, Marcos Tadeu de Siqueira, o objetivo é ampliar o acesso de empresas e trabalhadores a tecnologias e tendências mais avançadas em SST e promoção da saúde. “Os afastamentos dos trabalhadores reduzem a produtividade e podem gerar custos adicionais”, afirma. “Por isso, torna-se imprescindível investir em tecnologias que aumentem a segurança do ambiente de trabalho e melhorem a saúde e bem-estar do trabalhador.”
OPORTUNIDADE – Em Santa Catarina, o Centro de Inovação de Tecnologias para a Saúde está apoiando a federação das indústrias do estado (FIESC) na alavancagem do polo industrial de saúde no estado, que hoje conta com 60 empresas e 40 startups. De acordo com o presidente da Câmara de Desenvolvimento da Indústria de Saúde, Luiz Gonzaga Coelho, o setor de saúde tem forte presença na economia brasileira e hoje é responsável por cerca de 10,5% do Produto Interno do Bruto (PIB). “O desafio é que a saúde ainda é vista como custo e a ideia é mudar essa perspectiva, sobretudo, com o desenvolvimento tecnológico e uso de Big Data”, afirma.
Entre as apostas do Centro de Inovação catarinense está uma plataforma digital para trabalhadores receberem orientações de saúde a distância, o que reduz custos com consultas médicas. No aplicativo, em fase de testes com 140 trabalhadores de quatro empresas do estado, as pessoas devem inserir metas de saúde e, com auxílio de especialistas, estabelecem ações adequadas a seus gostos e necessidades para atingir os objetivos.
“As ações para uma pessoa que queira emagrecer, mas não gosta de academia, poderão ser baseadas em um dieta mais equilibrada”, diz o diretor do Centro de Inovação em Tecnologias para a Saúde, Marcelo Tournier. “Além disso, os especialistas irão monitorar se os trabalhadores estão adotando as ações, atingindo as metas e analisando os impactos sobre a produtividade no trabalho”, destaca. Segundo Tournier, a tecnologia segue uma tendência mundial chamada de telesaúde, bem disseminada em países como Estados Unidos, Índia e Inglaterra.
LONGEVIDADE – O Centro SESI de Inovação em Longevidade e Produtividade, localizado no Paraná, desenvolveu um portal na internet que reúne informações sobre o envelhecimento da população e os impactos no ambiente de trabalho. Com o apoio do Centro, a Caemmun Movelaria, indústria de móveis com sede em Arapongas, no interior do Paraná, implementou um programa que prepara a empresa e os trabalhadores para as oportunidades e os desafios decorrentes do envelhecimento da população brasileira.
O programa voltado à longevidade segue a metodologia do Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional (FIOH) e complementa as ações da Caemmun, que busca a saúde e o bem-estar dos 450 trabalhadores, que atuam nas duas unidades da empresa. “As pessoas estão vivendo mais e ficarão mais tempo no mercado de trabalho. Por isso, é importante que os trabalhadores sejam saudáveis, se sintam felizes e se qualifiquem para acompanhar as mudanças tecnológicas nas empresas”, afirma a gerente de Recursos Humanos da Caemmun, Ana Cláudia de Lima.